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A mostrar mensagens com a etiqueta MotelX

Vórtice: o terror de tentar estacionar o carro

A curta-metragem portuguesa " Vórtice " foi exibida na última edição do Festival MotelX , tendo sido a curta vencedora do prémio SCML Melhor Curta Portuguesa 2022, e é, de facto, um trabalho muito bem conseguido, principalmente com uma premissa tão simples, mas eficaz, e que se enquadra completamente num cinema dito de género, criando um ambiente tenso do início ao fim, com um twist final interessante, apesar de previsível. Com uma interpretação muito competente e contagiosa de Cristóvão Campos , o filme flui bastante bem e tem uma dinâmica muito bem construída, com um excelente trabalho de montagem e fotografia. Destaco uma cena em especial, em que o movimento de câmera giratório encaixa perfeitamente com aquele momento no filme, fazendo a ponte perfeita entre o rumo da história, o título e a jornada daquela personagem. Julgo ter sido uma cena exemplar nesse sentido, e que por vezes é raro de se verificar num filme com uma duração reduzida. O que aqui se apresenta como a par

MOTELX 2022 - Os Filmes Vencedores da 16.ª edição

"Vórtice", de Guilherme Branquinho, é o grande vencedor do Prémio SCML MOTELX para melhor curta-metragem portuguesa, na 16.ª edição do MOTELX. "Speak No Evil", do dinamarquês Christian Tafdrup, arrecada o Prémio Méliès d’argent para melhor longa-metragem europeia. Já são conhecidos os vencedores da 16.ª edição do MOTELX, que desde 6 de Setembro tem mostrado o melhor do cinema de terror nacional e internacional, num ano surpreendente e repleto de público e de fãs. O Festival termina hoje com alguns dos filmes da programação já exibidos e, pelas 21h15, com uma nova oportunidade para assistir às melhores curta e longa europeias. Foram anunciados, na noite passada, durante a Sessão de Encerramento da 16.ª edição do MOTELX, na sala Manoel de Oliveira do Cinema São Jorge, os vencedores das 5 competições do Festival. O Prémio SCML MOTELX - Melhor Curta Portuguesa 2022 - a maior distinção concedida em Portugal para curtas-metragens (5.000€), com o apoio da Santa Casa da Mis

Criança Lobo: um mito perturbador

Um dos destaques da edição deste ano do MotelX é o filme português " Criança Lobo ", realizado por Frederico Serra ("Coisa Ruim"). Todo o filme relata uma história de uma lenda ou mito, numa localidade em Portugal, e consegue capturar bem todo o espírito e ambiente que este tipo de história por norma nos transporta para. E nisso o filme é bastante eficaz, estando tecnicamente muito bem concretizado e produzido. No entanto, parece-me que lhe falta alguma ambição narrativa, sendo que os momentos mais fortes e com maior tensão ficam aquém daquilo que estamos à espera, e fiquei com a sensação que o filme poderia ter ido mais longe. Como disse, toda a componente técnica está bem executada, assim como a realização e o elenco, mas tenho de destacar a interpretação de Manuel Nabais , como o protagonista desta história, que faz realmente um papel poderoso e entrega-se completamente a esta personagem e à sua ambiguidade e constante dúvida que a caracteriza. Vale a pena també

Bodies Bodies Bodies: uma comédia de terror pouco ambiciosa

O sessão de abertura da edição deste ano do MotelX ficou a cargo de " Bodies Bodies Bodies ", realizado por Halina Reijn . O filme retrata uma festa entre jovens americanos muito ricos, que vai correr bastante mal. Com um estilo próprio de comédia de terror, o filme tem os seus momentos engraçados e consegue espelhar de forma inteligente uma parte de uma geração adolescente que tem tudo ao seu dispor, e onde a futilidade reina. Contudo não consegue ser mais do que isso, não consegue ir além da categoria em que o próprio filme se auto insere, não deixando aquela vontade que ocorre em outros filmes de o revisitarmos ou de ficar muito na nossa memória. Os plot twists aqui apresentados estão engraçados e deixam o espectador muitas vezes na dúvida, criando assim uma narrativa interessante. Todo o elenco tem actuações decentes e cumprem o seu papel. Resumindo, o filme consegue entreter e exibir um lado mais contemporâneo no género de terror , o que por si só é interessante, mas não

Os Demónios do Meu Avô: uma animação sublime e repleta de portugalidade

" Os Demónios do Meu Avô " é considerada a primeira longa-metragem portuguesa de animação stop-motion, e é, sem dúvida, um trabalho grandioso e uma obra excepcional. Agora, após anos de produção, é possível ver esta animação que vai ser exibida na edição deste ano do Festival MotelX , no Cinema São Jorge, em Lisboa. Com realização de Nuno Beato , esta animação é um filme muito bem conseguido e tecnicamente é realmente notável. A mistura de estilos de animação e a forma como os cenários são construídos ao pormenor é simplesmente fascinante. A atenção ao detalhe, principalmente na caracterização e construção do meio rural tipicamente português, é algo que só com várias visualizações deste filme seria possível reparar em todo o ambiente que é construído de forma muito honesta à realidade rural, e isto passa também na construção das personagens aqui representadas. Este não é um filme somente para os amantes de animação, marionetas ou stop-motion, mas é sim um filme universal e mu

MOTELX 2022 - Programação completa da 16.ª edição - 6 a 12 Setembro, Cinema São Jorge

Geração Z em perigo, “Bodies Bodies Bodies” (A24) a abrir o MOTELX 2022 e "O Corpo Aberto", com Victoria Guerra e José Fidalgo, em estreia mundial. São 7 dias e mais de 100 filmes que compõem a programação da 16.ª edição do MOTELX, numa viagem pelo universo do terror vindo das mais diversas geografias, entre estreias mundiais e nacionais, cine-concertos, o lançamento de um livro inédito, masterclasses com mestres do cinema de género, workshops, um programa dedicado aos mais novos e uma particular passagem pelo passado e o presente da produção do terror português. Já falta muito pouco para o arranque da 16.ª edição do MOTELX. De 6 a 12 de Setembro, no Cinema São Jorge e noutros espaços nobres da capital, o Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa vai celebrar o cinema de género nas suas múltiplas vertentes e, como sempre, cruzá-lo com várias expressões artísticas. Este ano, ilustres convidados como o mestre do terror italiano Dario Argento ou a dupla de realizado

Dario Argento regressa ao MOTELX para apresentar o seu novo filme “Dark Glasses”

O mestre do terror italiano, o realizador Dario Argento , regressa ao MOTELX para a 16.ª edição do Festival, que decorre entre os dias 6 e 12 de Setembro, no Cinema São Jorge . O mote é a estreia nacional de “ Dark Glasses ” (Itália, França, 2022), o novo giallo do realizador de culto, que recupera as marcas autorais do seu legado e assinala o reencontro com a filha Asia Argento no grande ecrã. O cineasta, que foi convidado especial há precisamente 10 anos, na 6.ª edição do MOTELX, é ainda protagonista de uma masterclass onde vai abordar os seus processos criativos, completada por um Q&A com a plateia e por uma sessão de autógrafos, durante o Festival. Para Pedro Souto e João Monteiro, os directores artísticos do MOTELX, Dario Argento “é a maior lenda do cinema europeu de terror, que teve uma tremenda influência no cinema norte-americano e continua a ser uma referência para muitos cineastas, basta lembrar o recente remake de “Suspiria” ou o papel de protagonista no último filme de

Men: um suspense pouco ambicioso

O realizador Alex Garland , de "Ex Machina" ou "Aniquilação", leva agora ao grande ecrã o filme " Men " que se apresenta num estilo que está em linha com os seus filmes anteriores, mas que fica aquém daquilo que promete e a que já estamos habituados com os seus trabalhos, podendo muito ser o seu primeiro esforço menos eficaz enquanto escritor e realizador. Não quero com isto dizer que o filme não tem os seus momentos, que os tem, e conseguem deixar o público boquiaberto (principalmente numa cena muito específica). O que aqui é interessante na narrativa, e premissa, fica depois em falta quando no final tudo é revelado e ficamos com aquela sensação de que soube a pouco e de que esta premissa merecia muito mais, ou melhor, poderia ter ido muito mais além do que foi. E digo isto mesmo que isso implicasse um final super bizarro ou aterrador, ou que gerasse uma grande controvérsia e deixasse o público pasmado com o que acabara de ver. Pelo menos assim este filme

Laranjas Sangrentas: um filme alucinante, no bom sentido.

Não me lembro se alguma vez vi um filme que me tenha feito chorar de tanto rir e minutos depois estar a provocar-me verdadeiras náuseas e a fazer-me sentir agoniado e aterrorizado. Mas agora certamente que me vou lembrar, porque " Laranjas Sangrentas " provocou isso tudo em mim, não de forma aleatória ou incompreensível, mas de forma bastante intencional e com um brilhantismo na narrativa e nas pontes que se criam entre as diversas histórias que são aqui desvendadas. O traço mais forte deste filme de Jean-Christophe Meurisse é a sua amostra da realidade nua e crua de muitas sociedades dos dias que correm, com um toque de profunda sensibilidade, nunca deixando o espectador confortável ou sem se questionar ao ponto a que a sociedade evoluiu e como 'chegámos aqui', como as interligações humanas e sociais conseguem construir cenários por vezes tão distópicos ou macabros e cruéis em toda a sua essência, ficando nós, público, com um sentimento de inutilidade ao observarmos

"MOTELX On Tour" em Setúbal

O MOTELX On Tour regressa a Setúbal com mais uma amostra do melhor do cinema de terror que tem acompanhado o MOTELX ao longo dos seus 15 anos de vida, com uma programação que inclui ainda música e um programa infantil. De 8 a 10 de abril, n’ A Gráfica - Centro de Criação Artística , a segunda edição do MOTELX On Tour em Setúbal traz doses de terror em formato de curtas e longas metragens. Aos filmes exibidos no grande ecrã juntam-se concertos, DJ sets e atividades para os mais novos. Dia 8 , sexta-feira, a partir das 22h00, depois de uma mescla sonora a cargo do DJ Señor Pelota, o MOTELX On Tour abre as hostilidades com o cine-concerto do veterano Edgar Pêra. Em “Cinekomix!!!”, o cineasta vai filmar em direto a performance musical de João Lima, num momento único em que as imagens são manipuladas in loco por Elizabeth Warner, que as mistura com filmes pré-montados, musicados por Artur Cyaneto (alter ego de Pêra). O dia seguinte começa logo às 15h00 com uma sessão de curtas-metragens eur