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Três Tigres Tristes: Libertação e Loucura Queer

Uma nova pandemia que provoca amnésia assola a humanidade. Na solidão deste mundo doente, três jovens queer deambulam por São Paulo, explorando as suas ruas cobertas por graffiti, expressão da angústia da cidade. Através da visão audaz de Gustavo Vinagre , acompanhamos uma jornada pela crise do capitalismo de uma perspetiva queer . Uma jornada noite adentro, quando pensamentos notívagos acordam e a realidade é substituída por loucura psicadélica sensual e sexual. "Três Tigres Tristes" é um retrato de uma cidade, de um país em declínio, e de um mundo mergulhado numa crise existencial. Durante tempos de crise, comunidades marginais tendem a ser silenciadas e esquecidas. Através do uso de uma pandemia que faz as pessoas esquecer, Vinagre cria uma alegoria inteligente sobre a condição em que estes três personagens se encontram, em que, estando isolados numa sociedade que os discrimina, têm de criar laços de apoio entre uns e outros. Começando com um tom de mumblecore , em que se

Joyland: Repressão e Libertação no Paquistão

A família é um lugar seguro. É onde encontramos segurança e amor, e é onde estão aqueles mais próximos de nós. Mas a família também tem outra face. Uma menos simpática, onde os mecanismos de opressão presentes na sociedade se manifestam e nos confinam. O seio da família é o primeiro lugar onde se reflete a opressão social, mas também é o primeiro lugar onde pode ser combatida. Através deste filme, elegantemente filmado, Saim Sadiq expõe esta realidade, revelando o drama que se desenvolve no seio de uma família paquistanesa e a forma como as diferentes pessoas dentro desta família são afetadas pelo seu ambiente claustrofóbico, focando no casal central de Joyland , Haider e Mumtaz, e no caso amoroso entre o primeiro e Biba, uma performer trans que trabalha num teatro erótico. Desde o primeiro momento, Sadiq puxa o espectador para o ambiente caloroso e claustrofóbico da família, fazendo com que nos identifiquemos com estas pessoas que observamos. São personagens em que se sente a carne e

Fogo-Fátuo: Um delírio absurdamente queer

Fantasia e delírio. Desde o primeiro momento somos confrontados com o absurdo que permeia esta autointitulada fantasia musical de João Pedro Rodrigues . Uma lembrança fantasiosa de uma vida imaginada de um príncipe, de nome Alfredo, que decide ser bombeiro. Não um mundo realista, mas um imaginado, um mundo sonhado que emana a mais intoxicante, alucinante e deliciosa queerness . Fogo-Fátuo é um filme que nos desafia, mas, através do absurdo, nos seduz para o seu mundo intimamente pessoal. É um musical, uma fantasia, uma sátira, um humor ácido e deliciosamente queer que envolve cada momento, desde comentário sobre as alterações climáticas a imagens eróticas de bombeiros saídos de uma fantasia sexual gay. Nada está a salvo de uma visão irónica neste filme, e é isso que o torna tão impactante. Seja o romance do filme, o erotismo dos corpos masculinos que habitam este mundo de fantasia, a própria masculinidade, tudo é distorcido por uma visão irónica do mundo que coloca as suas estruturas

Queer Lisboa 26 anuncia programa e está disposto a "moldar as nossas memórias"

Para além dos títulos de abertura e encerramento – Fogo-Fátuo , de João Pedro Rodrigues e Esther Newton Made Me Gay , de Jean Carlomusto, o festival apresenta os mais recentes filmes de Alain Guiraudie, Catherine Corsini, Yann Gonzalez, Leonardo Brzezicki ou Sébastien Lifshitz, assim como a longa-metragem paquistanesa Joyland , duplamente premiada na passada edição do Festival de Cannes. O festival exibe ainda, em Sessão Especial, a estreia do mais recente filme do realizador argentino Marco Berger, Los Agitadores , uma reflexão brutal sobre a masculinidade tóxica. Segundo a organização do festival: "A programação do Queer Lisboa 26 volta a fazer-nos reflectir sobre as importantes questões ligadas à memória, individual e colectiva. Negar a memória é desonrar e não reconhecer quem permitiu que estivéssemos onde estamos hoje. É um exercício perigoso de negacionismo que, a História continua a ensinar-nos, pode ter consequências extremas. Negar a memória e os nossos antecessores porq