A curta-metragem portuguesa "Vórtice" foi exibida na última edição do Festival MotelX, tendo sido a curta vencedora do prémio SCML Melhor Curta Portuguesa 2022, e é, de facto, um trabalho muito bem conseguido, principalmente com uma premissa tão simples, mas eficaz, e que se enquadra completamente num cinema dito de género, criando um ambiente tenso do início ao fim, com um twist final interessante, apesar de previsível.
Com uma interpretação muito competente e contagiosa de Cristóvão Campos, o filme flui bastante bem e tem uma dinâmica muito bem construída, com um excelente trabalho de montagem e fotografia. Destaco uma cena em especial, em que o movimento de câmera giratório encaixa perfeitamente com aquele momento no filme, fazendo a ponte perfeita entre o rumo da história, o título e a jornada daquela personagem. Julgo ter sido uma cena exemplar nesse sentido, e que por vezes é raro de se verificar num filme com uma duração reduzida. O que aqui se apresenta como a parte mais fraca na narrativa é a sua previsibilidade, o que não atrapalha a experiência do filme em si.
Estamos perante um excelente pontapé de entrada no mundo da realização por parte do realizador Guilherme Branquinho, demonstrando o seu talento nesta área, assim como a nível de escrita/argumento, e estou bastante curioso para ver quais serão os seus próximos filmes, porque podemos muito bem estar presentes uma carreira promissora para este realizador.
Resumindo, "Vórtice" é uma curta muito bem realizada e interessante, e espero que chegue a um público abrangente.
Classificação: 4 em 5 estrelas. Texto escrito por André Marques.
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